24/06/2013

Isso é uma fobia ou um sentimento sem nome? Decisões e mudanças?

Às vezes a gente sente nostalgia do que nunca aconteceu. Vontade de voltar num lugar que você nunca esteve. Falar com aquela pessoa que você nunca conheceu. É uma saudade estranha daquilo que nunca aconteceu, mas você quer que aconteça "de novo". Às vezes a gente confunde o mundo real com o mundo dos sonhos, quando estamos dentro do sonho é difícil perceber. Eu adoro dormir, adoro entrar no meu mundo de sonhos e escapar da realidade.
Às vezes o coração sente falta daquela música, daquele cheiro. Às pessoas te julgam louco por amar tanto. Por fazer aquilo que elas nunca fariam e julgam errado, riscam da sociedade. Impossível o mundo todo concordar em um só assunto, sempre vai ter um insatisfeito. É pouco provável, na realidade bem difícil você encontrar alguém que concorde com suas ideias e lhe dê apoio mesmo você estando errado. Aquele pingo de água que acontece, pequenas coisas sem significado e te deixa na maior alegria, pode ser ridículo para o outro que está assistindo.
Adoro fazer coisas diferentes, mas odeio mudanças. Por exemplo, adoro experimentar uma comida que eu nunca comi e aparenta estar deliciosa, adoro conhecer lugares novos e visitar o que eu nunca imaginei existir, conhecer pessoas totalmente diferentes do meu círculo, não necessitando fazer amizade. Jogar conversa fora. Ficar deitada sem fazer nada. Sair sem planos, pois quando eu planejo algo dá tudo errado, principalmente quando depende dos outros. Odeio mudanças, como mudar de casa, empacotar tudo e sair do seu lar de tijolos e ir para outro lugar cercado de tijolos que não conheço. Tirar um móvel ou planta do lugar. Não gosto quando uma pessoa próxima corta o cabelo ou muda o visual. Odeio pessoas que me julgam antes de me conhecer, mas gosto das que puxam papo agradável sem segundas intenções, nem mesmo a intenção de ter a minha confiança. Não gosto quando as pessoas saem da minha vida, da minha rotina e nunca mais voltam. Principalmente daquelas que não tem como eu voltar a conversar, a abraçar. Adoro abraçar, acho que gosto mais do que beijo. É mais confortável e menos molhado. O abraço é quente e aconchegante, mais demorado e menos superficial. Prefiro os abraços de matar a saudade, os de despedida não. Adoro crianças e animais, mas não são todos que vão com a minha cara. Não são todos que gostam do meu carinho ou que cabem no meu colo.
Tenho medos bobos. Tenho medo de alguém cair no trilho do metrô. Tenho mais medo de andar de carro do que de avião. Medo de ir pra sala ou para a cozinha de noite. Medo de tragédias de São Paulo, de perder alguém. De partir não, mas de deixar quem fica.
Gosto de estudar línguas, mas tenho preguiça das contas matemáticas. Admiro a música, mas sou um fracasso tocando. Esporte e dança: amo, mas sou um fracasso também. Culinária: nota zero (só sei fazer gelo). Não encontro nada que eu seja melhor que todo mundo, que eu realmente tenha talento, que digam que eu nasci pra isso. O que eu odeio mesmo é falar em público, não gosto, de verdade.
Imagina a situação: você com uma pessoa que você gosta muito na praça de alimentação do shopping comendo doce. No outro dia você vai sozinho no mesmo shopping, na mesma mesa e come o mesmo doce. O doce não tem o mesmo sabor de ontem. E quando acontece alguma coisa desagradável envolvendo a pessoa, o doce fica simplesmente horrível.
Antes eu era outro eu. Agora já nem sei quem sou. Sou decidida e teimosa, mas ao mesmo tempo não sei tomar decisões. Odeio decisões, principalmente quando sou eu que tenho que fazê-las. Parece que sou submissa ou maria-vai-com-as-outras deixando que o outro decida por mim ou apenas indo junto com a correnteza, mas essa sou eu, prefiro que você escolha, porque eu sei que vou fazer a escolha errada. E quando a situação é pior ainda: você não depende de um terceiro, mas depende do dinheiro! Que mundo injusto. O jeito é rezar, só isso que eu posso aconselhar por enquanto.
Às vezes você sente que a vida está uma merda, mas na verdade não está. Sai reclamando de tudo, insatisfeito com o quem tem. A vida é bela, você que é mal agradecido mesmo.
Se você sente vontade de ser invisível ou já sentiu vontade de fugir, de ir correndo para bem longe sem dar satisfação a ninguém, esquecer tudo e viver a vida como um completo desconhecido para você mesmo: bem vindo. Só que eu aviso que essa não é a melhor opção.
Odiei esse texto. Estou sem inspiração esses dias, muitas ideias desorganizadas e indisposição dá nisso.
Eu sei. Mergulhe e volte para a superfície antes que você perca o ar.

Música do dia: I know - Placebo.

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